Realizou-se nos dias 19, 20, 21 e 22 de Junho a 13ª edição do
Angola Fashion Week uma produção de Emília de Morais e da agência Hadja Models.
Quatro dias de moda e glamour que contou com a
presença de alguns dos melhores estilistas do país, tal como estilistas
estrangeiros convidados.
Ao longo destes
quatro dias em que Luanda respirou moda, muitos comentários, fotos e vídeos
foram postados nas redes sociais por pessoas que presenciaram os desfiles e por
meio destes, é possível fazer-se um balanço de tudo o que se viveu nesta
edição.
Este ano, o
evento teve como tema o Tango e decorreu numa passarela montada em uma das
piscinas no Swing Bar, contudo, o tema Tango remete a calor, sensualidade,
magia e paixão mas o ambiente revelou-se frívolo, quase ‘’nude’’ mas simples,
minimalista e bonito acima de tudo.
O Angola Fashion Week superou as
expectativas com relação ao ano passado, o que foi muito bom pois demonstra
esmero por parte da organização, contudo, tal como aconteceu o ano passado, a
organização devia empenhar-se mais para passar ao público a imagem e a ideia
dos temas escolhidos para cada edição.
Eventos de moda
são uma exclusividade de pessoas bem posicionadas financeiramente, os preços
dos bilhetes foram exorbitantes se compararmos ao preço da última edição do
Moda Luanda 2013, mesmo considerando o impacto da inflacção sobre o nível de
vida, os bilhetes de acesso deste ano rondaram entre os sete e os cento e vinte
mil Kwanzas por dia.
Com base nos
comentários recolhidos em diferentes páginas do Facebook, a edição desta
temporada foi aquém da expectativa pois as marcas nacionais mais conhecidas não
participaram do evento como Indical Barbosa, Ana Loyd, Tina Souvenir, Geraldo
Fashion e outras que sempre marcaram presença neste evento.
Há opiniões que
realçaram a falta de brilho comparando as anteriores edições de Cacimbo; Entretanto,
algo ficou bem claro: esta edição veio com propostas comerciais, (o que é
estranho para este evento) mas trouxe também muita ousadia e modernidade.
A
maior parte dos modelos desfilados são basicamente o que temos nas vitrinas das
lojas; mas vendo por uma perspectiva financeira, os estilistas terão supostamente
um grande aumento de vendas.
DESTAQUES
Hassie Oliveira
A modelo da
agência Hadja Models destacou-se não só como modelo ao longo dos desfiles mas
também por se ter estreado como estilista nesta 13ª edição com a marca Hava.
Uma colecção jovem, colorida, que transborda a frescura da estação, Hassie limpou
os excessos, escolheu os melhores materiais para compor um Cacimbo delicado,
feminino e sofisticado. Uma característica marcante é a valorização da silhueta
feminina. O ponto negativo vai para o coordenado masculino que apresentou, por
fugir do conceito transmitido pela colecção.
Carla Silva
Um nome sonante
quando o assunto são vestidos de noite. Carla com a colecção Jaia em homenagem
a sua mãe, apresentou trajes para a noite, desde calças aos longos vestidos.
Com uma paleta de cores bem diversificada, valorizada pelos detalhes dos
desenhos formados pelos bordados e cortes nas roupas.
Nadir Tati
Diva da Moda
angolana, Nadir apresentou nesta edição uma colecção muito mais leve das que
geralmente tem apresentado contudo sempre dentro do estilo africano pelo qual é
conhecida. A estilista aliou-se ao minimalismo e uniu-o ao estilo africano. Os
looks apresentados foram bem ecléticos e totalmente focados em suas clientes.
Tendo a cor branca como base e coesão ao longo do desfile, quebrada inteligentemente
por looks africanos totais.
Dina Simão
Dina destaca-se
uma vez mais por apresentar uma colecção muito além do estilo africano ao qual
estamos acostumados. A estilista tem sido um camaleão, mostrando a cada edição
que não só de tecidos africanos se fazem as suas colecções e sim de maturidade,
diversidade e elegância, fazendo desfilar lindos vestidos de noite.
Esta edição teve como grandes novidades, além do acréscimo de mais um dia de desfiles, o crescente número de estilistas estrangeiros convidados de todos os tempos em uma edição do Angola Fashion Week.
O que é feito
dos estilistas nacionais? Qual é o critério de adesão em um evento como este?
Será a o valor da cota de participação o motivo da ausência de determinados
estilistas conhecidos por nós? Deixo em aberto as respostas a essas questões e
tantas outras que o leitor poderá formular, o que não quer dizer que a
participação de estilistas estrangeiros não seja positiva, é sim, instiga
competitividade, qualidade e criatividade, contudo por ser um evento que
celebra Angola, desfilarem doze estilistas estrangeiros não é de todo dar um
grito de vitória a moda angolana, ainda mais quando se faz uma miscelânea de
estrangeiros e nacionais no mesmo dia.
Notou-se também a
escassez de modelos das mais variadas agências angolanas, o que tal como acontece
em outros eventos realizados em Angola, demonstra um certo compadrio e usufruto
pessoal. O Angola Fashion Week representa Angola ou um punhado de agências
eleitas a dedo? Não terão as demais agências angolanas modelos capacitados para
desfilarem em um evento como este?
Retirando as
falhas, pelo segundo ano consecutivo a organização está de parabéns pela
organização de mais um evento. Não é de todo fácil organizar-se desfiles desta
envergadura e como diz o adágio ‘’ Nós não aprendemos com o tempo e sim com os
danos.’’ Por isso, vida longa ao Angola Fashion Week e que mais desafios venham
para que as falhas sejam superadas.
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