7.7.13

Estrangeirices Fashion Week 2013

Realizou-se nos dias 19, 20, 21 e 22 de Junho a 13ª edição do Angola Fashion Week uma produção de Emília de Morais e da agência Hadja Models.



Quatro dias de moda e glamour que contou com a presença de alguns dos melhores estilistas do país, tal como estilistas estrangeiros convidados.

Ao longo destes quatro dias em que Luanda respirou moda, muitos comentários, fotos e vídeos foram postados nas redes sociais por pessoas que presenciaram os desfiles e por meio destes, é possível fazer-se um balanço de tudo o que se viveu nesta edição.


Este ano, o evento teve como tema o Tango e decorreu numa passarela montada em uma das piscinas no Swing Bar, contudo, o tema Tango remete a calor, sensualidade, magia e paixão mas o ambiente revelou-se frívolo, quase ‘’nude’’ mas simples, minimalista e bonito acima de tudo.

O Angola Fashion Week superou as expectativas com relação ao ano passado, o que foi muito bom pois demonstra esmero por parte da organização, contudo, tal como aconteceu o ano passado, a organização devia empenhar-se mais para passar ao público a imagem e a ideia dos temas escolhidos para cada edição.

Eventos de moda são uma exclusividade de pessoas bem posicionadas financeiramente, os preços dos bilhetes foram exorbitantes se compararmos ao preço da última edição do Moda Luanda 2013, mesmo considerando o impacto da inflacção sobre o nível de vida, os bilhetes de acesso deste ano rondaram entre os sete e os cento e vinte mil Kwanzas por dia.

Com base nos comentários recolhidos em diferentes páginas do Facebook, a edição desta temporada foi aquém da expectativa pois as marcas nacionais mais conhecidas não participaram do evento como Indical Barbosa, Ana Loyd, Tina Souvenir, Geraldo Fashion e outras que sempre marcaram presença neste evento. 

Há opiniões que realçaram a falta de brilho comparando as anteriores edições de Cacimbo; Entretanto, algo ficou bem claro: esta edição veio com propostas comerciais, (o que é estranho para este evento) mas trouxe também muita ousadia e modernidade. 

A maior parte dos modelos desfilados são basicamente o que temos nas vitrinas das lojas; mas vendo por uma perspectiva financeira, os estilistas terão supostamente um grande aumento de vendas.

  
DESTAQUES




Hassie Oliveira

A modelo da agência Hadja Models destacou-se não só como modelo ao longo dos desfiles mas também por se ter estreado como estilista nesta 13ª edição com a marca Hava. Uma colecção jovem, colorida, que transborda a frescura da estação, Hassie limpou os excessos, escolheu os melhores materiais para compor um Cacimbo delicado, feminino e sofisticado. Uma característica marcante é a valorização da silhueta feminina. O ponto negativo vai para o coordenado masculino que apresentou, por fugir do conceito transmitido pela colecção.



Carla Silva

Um nome sonante quando o assunto são vestidos de noite. Carla com a colecção Jaia em homenagem a sua mãe, apresentou trajes para a noite, desde calças aos longos vestidos. Com uma paleta de cores bem diversificada, valorizada pelos detalhes dos desenhos formados pelos bordados e cortes nas roupas.



Nadir Tati

Diva da Moda angolana, Nadir apresentou nesta edição uma colecção muito mais leve das que geralmente tem apresentado contudo sempre dentro do estilo africano pelo qual é conhecida. A estilista aliou-se ao minimalismo e uniu-o ao estilo africano. Os looks apresentados foram bem ecléticos e totalmente focados em suas clientes. Tendo a cor branca como base e coesão ao longo do desfile, quebrada inteligentemente por looks africanos totais. 



Dina Simão

Dina destaca-se uma vez mais por apresentar uma colecção muito além do estilo africano ao qual estamos acostumados. A estilista tem sido um camaleão, mostrando a cada edição que não só de tecidos africanos se fazem as suas colecções e sim de maturidade, diversidade e elegância, fazendo desfilar lindos vestidos de noite.  



Esta edição teve como grandes novidades, além do acréscimo de mais um dia de desfiles, o crescente número de estilistas estrangeiros convidados de todos os tempos em uma edição do Angola Fashion Week.

O que é feito dos estilistas nacionais? Qual é o critério de adesão em um evento como este? Será a o valor da cota de participação o motivo da ausência de determinados estilistas conhecidos por nós? Deixo em aberto as respostas a essas questões e tantas outras que o leitor poderá formular, o que não quer dizer que a participação de estilistas estrangeiros não seja positiva, é sim, instiga competitividade, qualidade e criatividade, contudo por ser um evento que celebra Angola, desfilarem doze estilistas estrangeiros não é de todo dar um grito de vitória a moda angolana, ainda mais quando se faz uma miscelânea de estrangeiros e nacionais no mesmo dia.

Notou-se também a escassez de modelos das mais variadas agências angolanas, o que tal como acontece em outros eventos realizados em Angola, demonstra um certo compadrio e usufruto pessoal. O Angola Fashion Week representa Angola ou um punhado de agências eleitas a dedo? Não terão as demais agências angolanas modelos capacitados para desfilarem em um evento como este?

Retirando as falhas, pelo segundo ano consecutivo a organização está de parabéns pela organização de mais um evento. Não é de todo fácil organizar-se desfiles desta envergadura e como diz o adágio ‘’ Nós não aprendemos com o tempo e sim com os danos.’’ Por isso, vida longa ao Angola Fashion Week e que mais desafios venham para que as falhas sejam superadas. 

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