25.4.12

Conversa Furada Com André Sanjúlya


O Conversa Furada Com... viaja desta vez para o universo das agências de modelos e vamos conhecer um pouquinho do trabalho desenvolvido pelo jovem e dinâmico André Sanjúlya. 


André Sanjúlya, um jovem batalhador e acima de tudo sonhador


Como surgiu a ideia de criar uma agência de modelos?

A ideia de criar a agência foi da minha prima Lúcia Amões, ela viveu muitos anos na África do Sul e lá fez curso de moda com duração de 3 anos dos quais ela concluiu apenas 2 anos e também trabalhou com moda por lá, de regresso a Angola, ela sabendo da minha ligação ao mundo dos eventos (não de moda) convidou-me a fazer parte do projecto de criação da agência e como eu sou uma pessoa muito pró activa e que gosto de novos desafios decidi abraçar o projecto, hoje sou o Marketing Manager, agente e coordenador de eventos da agência.
    Porquê Fit In? A quanto tempo estão no mercado?

    Fit In em inglês podemos entender como: coloque em, ou encaixe em, no nosso caso a Fit In significa encaixe, porque é uma agencia onde tudo se encaixa, por isso temos diferentes tipos e padrões de modelos e também abraçamos outros projectos que não sejam essencialmente ligados a moda. Estamos no mercado apenas a 8 meses, mas foram 8 meses de muitos trabalhos, projectos e conquistas realizadas, mas ainda temos muito que caminhar e aprender.  


      Trabalha sozinho? Como está constituída a sua equipa?
        Não trabalho sozinho, a minha equipa não é assim tão grande até porque ainda não temos tanta carga de trabalho, nós somos quatro pessoas, a Lúcia Amões é a CEO da agência e responsável pela formação dos modelos, a Marlene Daniel é responsável pela formação dos modelos e assistente administrativa, a Josina Barros é também responsável pela formação dos modelos e assistente administrativa e eu sou o responsável da área de Marketing.
          Quantos modelos agenciam actualmente e como tem sido geri-los?
            Actualmente temos 62 modelos distribuídos em diversas áreas como: modelos de passarela, fotográfico e comercial. Não é tarefa fácil geri-los porque não é fácil trabalhar com pessoas, quando o teu material de trabalho é humano é complicado, porque são mentalidades e personalidades diferentes, mas agente da sempre um jeito de coloca-los na linha.

            Algumas das modelos da agência

            Não podiam faltar os homens! ehehehe...

              O mercado da moda para os modelos é muito competitivo e os trabalhos geralmente são poucos para uma grande massa. Como tem sido o encaminhamento dos seus modelos para o mercado de trabalho?
                Difícil, não tem sido nada fácil, primeiro porque os trabalhos são poucos e segundo porque existem agências antigas e que detêm o monopólio e algumas novas que por influências, cunhas e nepotismo acabam também por monopolizar o mercado, mas temos tidos alguns trabalhos sim, temos sido procurados por empresas, produtoras de filmes, músicos e gravadoras, porque essas pessoas começam a perceber que o mercado esta saturado de ver sempre os mesmos rostos espalhados por aí e que é necessário alternar e dar oportunidade a outros rostos bonitos, exóticos, diferentes que estão ao nosso alcance, são mais baratos e com o mesmo talento dos veteranos.
                  São os clientes que vêm até si ou encaminha os seus modelos aos mais variados castings?
                    É vice-versa.
                      Quais são os modelos que mais alegrias têm dado a Fit In?
                        Ah! É complicado dizer porque são todos como um filho entende?! Quando você é mãe ou pai e tens muitos filhos, dizem que acabamos por ter sempre um preferido, mas que não podemos estar por aí a dizer que dentre os meus filhos o preferido é o António ou a Maria, guardamos isso para nós mesmo, senão os outros ficam enciumados e isso cria guerra e rivalidade.

                        Diana Mingas e Iracelma Antunes- duas grandes estrelas da Fit In

                          Grande parte das agências de modelos no país, inclinam-se também para a realização de eventos de moda. Tem sido fácil para si conciliar o seu trabalho como agente e promotor de eventos?
                            Não tem sido, até porque eu sempre trabalhei com organização e gestão de eventos, mas não eventos de moda, mas desde que entrei no mundo da moda tenho aprendido muito e troco muita experiencias com quem já esta no ramo a muitos anos, sempre que posso consulto o Hadjalmar e o ex modelo Angolano Luciano Lucas que foi modelo durante 10 anos na África do Sul e Itália, mas digo já que, organizar um evento de moda não é nada fácil e é mais difícil do que organizar os eventos de festas que eu fazia.
                              Sei que organizou um evento de moda muito recentemente. Fale-nos um pouquinho desse projecto.
                                Pois! Eu sempre trabalhei com crianças porque sou membro fundador do Movimento Faz Cultura, é uma associação cultural com fins filantrópicos e nós organizávamos eventos com o intuito de ajudar um lar de crianças, daí a ideia do FIT IN FASHION 2012 que é um evento de moda com fim filantrópico, um evento no qual reunimos alguns estilistas e lojistas, apresentamos as colecções deles a um público alvo onde também reunimos muito requinte e glamour. O evento realizou-se no dia 8 de Abril as 19 horas na discoteca Life Bar Lounge e parte do dinheiro arrecadado foi revertido a uma instituição de caridade escolhida por nós.

                                Altruísmo, foco da agência

                                Flayer do desfile solidário organizado pela Fit In

                                Actualmente, o círculo da moda em Angola, especificamente o dos agentes de modelos tem estado em disputas constantes. Como lida com a concorrência?
                                  A Concorrência quando é leal é boa porque gera desenvolvimento, as pessoas preocupam-se em desenvolverem certas habilidades e a investirem mais em sí para oferecerem serviços de qualidade, por isso se estiver a falar de concorrência nesse contexto a mim não me preocupa, o que eu tenho que fazer é a minha parte, trabalhar e oferecer um serviço com qualidade e exclusividade aos meus clientes.


                                    O mundo da moda é muito luxuoso. Como lida com a ideia que o que se veste diz muito sobre nós?
                                      É impossível negar que o que vestimos diz muito sobre nós, a roupa espelha muito quem somos, para onde vamos, de onde somos e o que fazemos. Eu particularmente lido com isso de maneira natural, sou muito descontraído, uso a primeira coisa que me aparecer, mas quando tenho que ir a um lugar que exigem um certo rigor na roupa, procuro estar nos padrões exigidos. Mas deixo cá uma dica somos o que gostamos, o que sonhamos, mas nem sempre conseguimos construir com coerência uma ideia final para tantas impressões, por isso em meio a tendências e modismos somos os grandes responsáveis pelo nosso visual e pela nossa elevada auto-estima, não deixa a sociedade te formatar.



                                      Que conselhos dá geralmente aos seus modelos?
                                        Que sejam humildes, pontuais, dedicados e inteligentes para atingirem sucesso na carreira.
                                          Como se imagina daqui a 5 anos?

                                          Ainda não tenho esse poder… (Risos).



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