Submissão ao Estrangeiro

''Submissão: É um estado de fraqueza, de entrega...''

Já lá vai um bom tempo desde a realização de mais um desfile de Fátima Lopes, estilista portuguesa no nosso país. Muitos foram os burburinhos a volta do tema, pois Fátima desagradou meio mundo (tirando os lambe botas que amaram mais uma apresentação da estilista).

Segundo as línguas soltas, Nadir Tati, estilista angolana ''mais in'' no mercado, superou as expectativas, matando Fátima com o seu show de moda, apresentando mais de trinta looks (todos eles comerciais), mostrando que mais do que Fátima (que possuí um vasto curriculum) sabe como vestir uma mulher angolana actual.

Embora o desfile tenha corrido com algum atraso (segundo alguns, devido a espera pela chegada da Primeira Dama), Fátima e Nadir pecaram;

Fátima, segundo o que declarou a imprensa, trouxe uma colecção fresca, inspirada na mulher angolana, só que ''ERRADA'' segundo as línguas, dando-nos o desprazer de uma colecção sem nada para contar a nível de história e despindo mais do que vestir (impressão digital de Fátima).    

Fátima Lopes: Os melhores looks

Uma amiga minha disse-me, ''Ela trouxe todas as roupas das suas últimas colecções que não venderam lá no exterior e juntou para formar a colecção (...)'' é verdade, pois aquilo não foi uma colecção pensada.

Nadir, mostrou que sabe trabalhar com os tecidos africanos e que tem adquirido uma grande influência e experiência trabalhando com a marca de tecidos Vlisco. Pecou levando novamente para a passerela peças de vestuário já vistas por todos nós, muitas das quais apresentadas no Moda Luanda 2012, quando deveria preparar uma colecção especial para a ocasião (mas cada um sabe de si!).

Nadir Tati: Os melhores looks

Existe um grande problema com as estilistas angolanas, quando o assunto é contar uma história. Toda a colecção deve transparecer o tema escolhido e todas as peças devem estar ligadas de alguma forma e isso faltou na de Nadir.

Fora estes detalhes, Nadir abafou a Fátima, mas a meu ver, isso foi merecido pois os angolanos têm o mísero hábito de se curvarem aos estrangeirismos e ignorarem o que têm dentro do seu país. Tratam todos os que vêm de fora como se fossem deuses, independentemente de terem um bom ou mau trabalho e como dizem na gíria, ''se caxicam''.

A escravatura já terminou à muito. Não foi em vão, que no dia 11 de Novembro de 1975 foi declarada a Independência de Angola. Chega dessa submissão que até me embrulha o estômago e acordem!

Em Angola existem muitos talentos bem melhores do que os que há no estrangeiro a todos os níveis; o que falta é investimento. O estrangeiro só quer se estabelecer no país e sugar o que de melhor temos para ir embora.

 Vocês sabem que a Europa está em crise e todo o lixo que eles poderem trazer para nos ludibriarem trarão e cabe a nós nos impormos e sabermos colocar um basta pois o país é NOSSO!